
Quando eu era criança e respondia os "cadernos de perguntas" das minhas amigas, eu sempre dizia que queria ser professora, casar com 22 anos (que na minha cabeça de criança iam demorar muito para chegar) e ter dois filhos. E dizia isso com uma certeza absoluta, sem a mínima dúvida de que seria assim quando eu crescesse.
Se eu for comparar com o que eu imaginava e em como está minha vida hoje, tenho certeza que a diferença é de 180º, ou seja, eu imaginava uma coisa e minha vida tomou a direção oposta. Não que isso seja necessariamente ruim, pelo contrário, minha vida hoje é fruto das escolhas que eu fiz e isso não me deixa triste.
Mas como eu ia dizendo...tem pessoas que conseguem falar da própria vida de uma maneira tão espontânea e natural que eu fico fascinada, eu acho o máximo saber o que as pessoas pensam, suas experiências, pontos de vista...e quanto mais diferentes das minhas melhor. Um grande exemplo disso são os blogs. Muitos blogueiros escrevem de uma maneira tão envolvente, tão interessante de ler...que mesmo não conhecendo a pessoa a gente se sente como se fosse alguém bem próximo ou que está lendo nossos pensamentos.
Tirando as exceções, muitas vezes você passa muito tempo ao lado de uma pessoa, convive com ela no trabalho, na faculdade ou até mesmo em casa e não sabe nada a respeito da vida dessa pessoa, quando eu digo não sabe nada da vida eu digo no sentido de saber dos sonhos, medos, expectativas, conquistas, fracassos, vitórias, interesses...até porque a maioria das pessoas não saem se expondo por aí...muitas vezes só as pessoas bem íntimas sabem essas coisas ou um espectador anônimo através de um blog.
A coisa que mais eu ouço quando eu faço amizade com alguém que me conhecia apenas de vista é: Nossa quando eu não conversava você achava que você era uma pessoa metida e você não é nada disso.
Sério. De cada dez pessoas que eu conheço, pelo menos sete já me falaram isso...as três restantes que não me falaram nada não mudaram de idéia...continuam me achando metida mesmo. Hahahah... O que as pessoas não entendem é que nem todos se sentem à vontade diante de pessoas que não conhece. Eu, por exemplo, não consigo fazer brincadeiras com pessoas que eu não tenho intimidade. Poucas pessoas acreditam, mas eu sou extremanente tímida. E não estou dizendo isso para fazer tipo.
Para mim é muito difícil contar coisas a meu respeito para pessoas que eu mal conheço, por exemplo, eu não condeno quem tem essa facilidade, mas comigo não rola. Eu sou educada, cumprimento todos quando chego ao serviço, cumprimento meus vizinhos, as pessoas da padaria, dos lugares onde frequento, etc...mas eu não sou uma pessoa de fazer brincadeiras, a não ser quando é a pessoa que faz a brincadeira, aí eu aceito numa boa, gosto inclusive, mas tomar a iniciativa não é comigo.
As pessoas se prendem muito a rótulos, fulano é assim, sicrano é assado e temperado, beltrano é cozido...Eu não vejo essa minha característica como algo ruim, que me prejudique...muito pelo contrário, tenho muitos amigos...e amigos com diferentes características, com diferentes gostos para música, baladas, livros, viagens...amigos da vida toda, amigos de infância que eu conheci ano passado, amigos virtuais...e que eu gosto da mesma maneira, apesar de serem diferentes, e quando eu digo diferentes não quero dizer nem mais nem menos...nem melhor nem pior...apenas difrentes.
Eu digo tudo isso, mas eu também acabo agindo assim...até já sei...quando eu conheço uma pessoa que eu não vou muito com a cara no início pode contar que ela será uma pessoa muito próxima, ou vai participar de uma grande parte de minha vida...todos os meus amigos mais chegados são assim.
E eu não me preocupo porque eu sei que só vamos descobrir se uma pessoa que acabamos de conhecer vai ser importante em nossa vida depois que tivermos a primeira briga. Porque a partir do momento que houve um desentendimento...tanto com amigos(as), quanto namorados, quanto familiares...e essa relação é importante para nós...a gente passa por cima do orgulho e faz tudo o que é possível para manter vivo esse relacionamento.