terça-feira, 26 de outubro de 2010

Depois de ouvir a morte contar uma história

Fico pensando nas coisas que acontece na vida da gente. Às vezes penso que nada acontece por acaso, mas não tenho certeza. Mas essa minha propensão em acreditar que tudo tem uma razão de ser me faz ter esperança na vida.

Desde criança sempre ouvi minha mãe dizer: Tudo nessa vida tem jeito...só não tem jeito para a Morte...e esse pensamento sempre me deu força nas horas que precisei, pois sei que por maior que seja a dificuldade do momento uma hora vai passar.

Não que seja fácil...não é...nem estou querendo dizer que eu consigo não sofrer...mas é que a gente não pode deixar de acreditar, de ter fé, porque ninguém sabe o que vem a seguir... só quando chega a Morte é que a pessoa já não tem mais o que fazer...é o fim realmente.

Escrevendo sobre isso agora também me lembrei de uma passagem de um livro de Paulo Coelho (O diário de um mago):

“O homem é o único ser na natureza que tem consciência de que vai morrer. Por isto, e apenas por isto, tenho um profundo respeito pela raça humana, e acredito que seu futuro será muito melhor do que seu presente. Mesmo sabendo que seus dias estão contados e tudo irá se acabar quando menos espera, ele faz da vida uma luta digna de um ser eterno. O que as pessoas chamam de vaidade – deixar obras, filhos, fazer com que seu nome não seja esquecido – eu considero a máxima expressão da dignidade humana.”

“Acontece que, criatura frágil, ele sempre tenta ocultar de si mesmo a grande certeza da Morte. Não vê que ela é que o motiva a fazer as melhores coisas de sua vida. Tem medo do passo no escuro, do grande terror do desconhecido, e sua única maneira de vencer este medo é esquecer que seus dias estão contados. Não percebe que, com a consciência da Morte, seria capaz de ousar muito mais, de ir muito mais longe nas suas conquistas diárias – porque não tem nada a perder, já que a Morte é inevitável.”


“A Morte é nossa grande companheira, porque é ela que dá o verdadeiro sentido às nossas vidas. Mas para poder ver a verdadeira face de nossa Morte, temos que conhecer antes todos os anseios e terrores que a simples menção de seu nome é capaz de despertar em qualquer ser vivo"

Meus medos com relação a Morte tem mais a ver com a maneira de morrer do que com a Morte em si. Minha irmã, ao contrário, não leu "A menina de roubava livros" porque era a Morte quem contava a história.

Eu terminei de ler o livro ontem e achei a história linda, triste, porque algumas histórias apesar de linda são tristes, mas continuam lindas.

2 comentários:

disse...

Nunca li nenhum livro do Paulo Coelho e também não li o livro "A menina que roubava livros".
Porém, sei lá. Discordo um pouco com as palavras do Paulo Coelho. Eu não admiro mais os animais. A ignorâncias é uma dádiva.
Mas se a ignorância é uma dádiva pq queremos saber de tudo?

Ge disse...

Eu acredito que esta frase 'a ignorância é uma dádiva' quer dizer que quando somos ignorantes a respeito de algo nós não nos fazemos perguntas, não questionamos as pessoas, não nos afligimos...A partir do momento que deixamos de ser ignorantes, no sentido de conhecer, a respeito de alguma coisa é impossível ficarmos alheios...por isto que ficar ignorante às vezes, pode ser confortante...pois não há a necessidade de mudarmos.

bjs,